DOHTER
(work in progress realizado entre os dias 25 de junho e 6 de julho em Florianópolis/SC, com direção de Jill Greenhalgh).
Tempo atrás do Tempo.
Saudade. (solo de violoncelo)
O Tempo deu tempo.
Um tempo. Dois tempos. Três tempos.
O Tempo.
Saudade. (solo de violoncelo)
Tempo.
De consertar. De ajeitar. De cantar.
A filha que eu sou fica entre a mãe que eu tive e a filha que eu tenho.
Quem protege quem?
Qual mãe? Qual filha?
Ausência.
Carência.
Silêncio.
Solidão.
Amável.
Um fardo risonho, a filha que eu sou.
Luz brilhando.
Compreendo. (solo de flauta)
Mãe. Filha. Neta.
Filha da mãe.
Filha da filha que é mãe.
Compreendo. (solo de flauta)
A filha que eu quero é aquela que sustenta meu afeto. (acorde de piano)
É aquela que é o que é.
É aquela que coube nos sapatinhos de lã rosa tecidos pela mãe da mãe,
guardados pela mãe, há tempos, por serem da filha querida,
do bebê que a filha foi, em outro tempo,
do amado bebê que foi a filha querida que é.
Agora.
Margarida Baird
25 de junho
DOHTER
Foto de Gerusa Ansiliero |
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