segunda-feira, 24 de setembro de 2012

 

Dohter and Dohter

Gláucia Grigolo


* setembro de 2012


Recentemente tive a oportunidade de fazer um trabalho conduzido pela diretora  galesa Jill Greenhalgh, como atividade integrante do Vértice Brasil 2012, chamava-se Dohter (filha em inglês antigo).
No processo de construção, 10 mulheres artistas foram convidadas a compartilhar suas histórias e vivenciar uma experiência artística profunda. Durante 10 dias, todas contaram histórias umas às outras, fizeram perguntas e ouviram respostas.
Todas tinham uma interlocutora fora do grupo. Alguém a quem faziam as perguntas. Qual a pergunta mais importante a fazer? Qual a pergunta que eu não faria?
Que filha eu sou? Que filha eu gostaria de ter?
O resultado espetacular foi muito particular para cada uma das participantes. Em pequenos altares, construídos com objetos, memórias, fotos e outros elementos, as atrizes apresentaram suas performances ao público.

Este processo eu vivi.

Em Brasília, durante a programação do Solos Férteis, eu vi Dohter. Conduzido de uma forma semelhante, àquela em solo catarinense, porém diferente. Como num confessionário, atrizes e público estavam ligados intimamente. Algumas mesas cobertas com toalhas pretas. Luzes, objetos, cheiro, cor.

Dother (Brasilia) - Foto Filipe Lima

Cada atriz em seu espaço, convida alguém para sentar-se à sua frente. E a partir daí cria-se uma ligação intensa. Histórias e vozes que se misturam no tempo curto de 30 minutos, que nem vi passar.
Qual a música que sua mãe cantava pra você dormir?
Você lembra das histórias que ela contava quando você era criança? Sim, eu me lembro. Mas a atriz que me fez esta pergunta não lembra.... porque sua mãe não as contava...
Ser filha, ser mãe, ser companheira... Nestas funções há uma infinidade de desdobramentos, de sub-papéis que temos que assumir quando somos colocadas diante de uma situação da vida. Ser mulher é muito mais complexo do que qualquer adolescente imaginaria. Carregamos muitas funções dentro de nós mesmas, e a responsabilidade de executá-las bem. São muitas tarefas, muitas cobranças, muitas máscaras do dia a dia que aparecem e desaparecem infinitamente.

Porque é necessário ser uma boa filha? Pergunta Cristina Castrillo na roda de encerramento do Solos Férteis. E ela mesma responde: Às vezes não é necessário ser uma boa filha. Há que aprender a ser mãe de si mesma. Ter coragem de interpretar a própria vida. Defender-se, fazer crescer, iluminar. É uma maneira de devolver o que nos foi dado...

Pronto. E a vida segue. Porque amanhã é outro dia.

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Presença e silêncio

Por Marisa Naspolini


Dohter, que significa filha em inglês arcaico, é o nome do work in progress que deu início ao Vértice Brasil – encontro e festival internacional de teatro feito por mulheres – que aconteceu em Floripa no decorrer da semana. Uma oficina conduzida pela diretora galesa Jill Greenhalgh durante as duas semanas anteriores ao evento e frequentada por 10 artistas catarinenses investigou o tema e criou perguntas e respostas pessoais sobre o que é ser/ter filha. Este material foi pra cena e tornou-se poesia viva.

Jill Greenhalgh, assim como várias outras atrizes/diretoras presentes no encontro, trabalhou insistentemente com a escuta, com a percepção apurada do outro e do entorno, com a confiança, com a presença. Teatro é arte do encontro. Esta é uma frase que todos que exercem o ofício teatral conhecem. No entanto, são poucos os que a compreendem e conseguem realizá-la de forma plena. Teatro é um ato de amor. Não de um amor piegas, mas de uma troca generosa que envolve o espectador como parte ativa da cena.



ensaio de Dohter. Foto de Gerusa Ansiliero


Durante a semana, as participantes fizeram oficinas, assistiram espetáculos, debateram temas variados, trocaram experiências, consolidaram parcerias. A proximidade com a natureza certamente ajudou a instaurar uma atmosfera vibrante. O mar plácido de Cacupé, as árvores frondosas e um esplêndido bambuzal serviram de palco para Ofélias, Luisas e Ladies Macbeth se posicionarem e ocuparem com autoridade seu lugar no mundo – e no teatro.


Ponto de Encontro Pedagogias da Cena. Foto Gerusa Ansiliero

O Vértice é um evento que está na terceira edição e é ligado ao Projeto Magdalena, uma rede internacional de teatro contemporâneo que busca dar visibilidade ao trabalho de mulheres criadoras e criar oportunidades de trabalhos colaborativos entre artistas de diferentes nacionalidades e práticas teatrais. Este ano o encontro investiu na relação com os países do continente americano, com artistas de 10 países pensando estratégias e desenhando conjuntamente parcerias artísticas. Na performance de abertura, Dohter, o público entrou na sala semiescura, levemente iluminada por pequenos pontos de luz, e encontrou nichos formados por fotografias antigas, documentos pessoais, tapetes, tecidos, móveis, espaços construídos quase como altares em homenagem ao que de mais sagrado pulsava naquele lugar. Em uma parede ao fundo, um vídeo dialogava com o ambiente, apresentando imagens e sons inusitados, que incluíam canções antigas, sapatinhos de bebê e um rádio de mesa. Sobre pequenos tablados irregulares envoltos por uma cortina branca, 10 atrizes desenhavam ações no espaço enquanto falavam, cantavam ou apenas silenciavam. Durante vinte e poucos minutos, uma centena de pessoas mergulhou em relatos, memórias, biografias densas e ao mesmo tempo delicadas. Vozes e olhares se cruzaram, sorrisos e lágrimas surgiram nos rostos da plateia. Presença.


Maria Luisa Porah em Dohter. Foto de Gerusa Ansiliero.


Alguns dias depois, no espetáculo Ave Maria, uma atriz prepara seu espaço de trabalho em silêncio. Uma tábua de passar roupa, um varal, uma cadeira, uma boneca, um pedaço de jornal. Um ser com cabeça de caveira atravessa a sala. Sua presença potente irradia no ambiente. Seus olhos parecem vivos. A atriz repassa suas ações, veste o personagem e a si mesma. Outras caveirinhas proliferam pelo espaço: pintadas e estampadas em roupas e em tecidos, objetos, caixas, até um bebê caveira surge do cenário. A atriz Julia Varley, do renomado grupo dinamarquês Odin Teatret, homenageia em cena a atriz chilena Maria Canepa, morta em 2006. Silêncio.


***

quarta-feira, 11 de julho de 2012

 DOHTER
(work in progress realizado entre os dias 25 de junho e 6 de julho em Florianópolis/SC, com direção de Jill Greenhalgh).


Tempo atrás do Tempo.
Saudade.                     (solo de violoncelo)
O Tempo deu tempo.
Um tempo. Dois tempos. Três tempos.
O Tempo.
        Saudade.                    (solo de violoncelo)
Tempo.
De consertar. De ajeitar. De cantar.

A filha que eu sou fica entre a mãe que eu tive e a filha que eu tenho.
Quem protege quem?
Qual mãe? Qual filha?

Ausência.
Carência.
Silêncio.
Solidão.
       
Amável.
Um fardo risonho, a filha que eu sou.

Luz brilhando.
Compreendo.                        (solo de flauta)

Mãe. Filha. Neta.
Filha da mãe.
Filha da filha que é mãe.

Compreendo.                        (solo de flauta)

A filha que eu quero é aquela que sustenta meu afeto. (acorde de piano)
É aquela que é o que é.
É aquela que coube nos sapatinhos de lã rosa tecidos pela mãe da mãe,
guardados pela mãe, há tempos, por serem da filha querida,
do bebê que a filha foi, em outro tempo,
do amado bebê que foi a filha querida que é.

Agora.

Margarida Baird
25 de junho
DOHTER



Foto de Gerusa Ansiliero

Foto de Gerusa Ansiliero

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Não foi apenas um sonho

por Gláucia Grigolo



Humanização – ato ou efeito de humanizar. Humanar, inspirar a humanidade. Adoçar, suavizar, civilizar. Tornar-se humano, compadecer.

Nunca antes estas palavras fizeram tanto sentido pra mim. No primeiro dia do 6º Itajaí em Cartaz isso veio à tona: “o foco deste evento é a humanização”, me disse Valéria, uma das coordenadoras. E a regra teve que ser seguida, pois não havia como escapar. Um batalhão de pessoas sorridentes chegavam a todos os momentos. Amigos de muitos anos, novos amigos, jovens e nem tão jovens amantes do teatro que por uma semana estiveram juntos num festival que parecia um sonho...

É possível um coletivo de artistas, com tantas diferenças estéticas e poéticas unirem-se e trabalharem incansavelmente para o bem comum? Como eles tem tanta energia, dentro e fora da cena? Alguma coisa que colocaram na água que abastece a cidade? Uma espécie de super estimulador? Não sei o que foi, mas vi a energia pulsar.

É admirável ver a solidariedade dos grupos unidos para estabelecer uma produção teatral permanente que alimente os espaços culturais da cidade, escolas, praças e ruas. Grupos filiados à Rede Itajaiense de Teatro que partem do principio que a formação de plateia e o diálogo com a comunidade são essenciais para a construção de suas trajetórias. Coletivos que deixam de lado quaisquer diferenças para trabalhar em prol de algo muito maior que seus interesses particulares.

Ultimamente tenho visto pessoas cada dia mais voltadas ao seu interesse particular, ao próprio bem estar, às suas necessidades. Poucas conseguem desprender-se do mundo individual e olhar para o coletivo, porque a vida nos empurra a resolver os problemas, a ganhar dinheiro, a pagar as contas, a responder imediatamente a situações de stress e de perigo. Onde está o frescor da vida quando estamos imersos no caos? Certamente não conseguimos vê-lo, porque as tarefas nos tomam todo o tempo. Resta pouco tempo para humanizar, para olhar quem está ao lado.

Recebi a incumbência de socializar com os colegas, de desfrutar de momentos em conjunto, de não sentar sempre na mesma mesa e conversar com as mesmas pessoas. Misturar, sobrepor, compreender, olhar, ouvir, sentir. Aprendizado de cada dia. Um dia de cada vez.

E diretamente do túnel do tempo as imagens retornam... Então chego à conclusão de que não foi sonho, mas a realidade implantada por duas mulheres incansáveis, talentosas e organizadas que atendem por Valéria de Oliveira e Sandra Knoll. Como tantos anjos que estiveram presentes durante a semana, ambas conseguiram conquistar meu coração para sempre! Fiquei encantada, extasiada, feliz, sem voz e quase sem nariz...e com a certeza de que quero experimentar mais uma vez.

A Menina Boba


 por Barbara Biscaro


Ultimamente tenho pensado que a vida se apresenta a mim através de sobreposições, de misturas. Superando uma imagem infantil que as coisas se seguiam, assim como eu pensava em uma lógica de menina que o dia seguia a noite que seguia o dia novamente, e a única sobreposição a qual me permitia pensar era que quando era noite no Brasil, em minha casa, e eu tinha medo do escuro, no Japão era dia, segundo a minha mãe, e eu então morria de inveja das crianças do Japão, sem nem pensar que em algum momento a noite também chegava para elas. 

Hoje, tudo para mim parece acontecer ao mesmo tempo. Sem brechas para respirar, sem chance para nem mesmo aproveitar certos momentos, coisas boas e ruins, sonhos concretizados e surpresas da vida se enlaçam, de forma tão intensa, que eu mesma já não consigo separar mais nada. Novamente superando uma lógica anterior, na qual cada gaveta levava um conteúdo separado, agora minha vida parece um grande armário bagunçado, onde o vestido está em cima das panelas e os calçados disputam espaço com os livros, ali bem ao lado das minhas plantas que morreram por falta de água.  É nesta metáfora que se enlaçam o processo de criação e agora de estréia de A Menina Boba, meu novo-velho solo teatral e a escrita de minha dissertação de mestrado, emaranhada com todo o meu corpo e minha voz, transbordando em uma escrita por vezes nada lógica, mas afinal, bastante minha, e isso por enquanto me basta.

Muitas pessoas me questionam sobre a decisão de dirigir a mim mesma em meus trabalhos teatrais. Com opiniões boas ou ruins (geralmente desconfiadas), elas me perguntam por quê tanta solidão nestes processos, e eu ao invés de responder, vou para casa e penso. Penso que as coisas que quero dizer, o modo como eu quero dizer, são parte íntima da minha história como artista, e confesso que sempre tive medo de no contato com um diretor ter que abrir mão de concretizar minhas inquietações para me adequar ao outro. Egoísmo, talvez.

Lendo Roland Barthes, comecei a refletir sobre as relações entre voz, palavra e poder, e junto com tudo isso, uma reflexão também sobre escrituras teatrais de mulheres artistas. Mais uma vez vou citar Lúcia Sander em meu texto, naquela fatídica manhã em Buenos Aires, em que ela dentre mil coisas instigantes que falou, me fez perceber que uma dramaturgia criada por mulheres (ou em muitos casos por homens também) poderia escolher estar pautada pela fragilidade, pelo etéreo, e dessa forma, por um erro inicial, uma lacuna incompreensível, já estivesse fadada a uma certa invisibilidade, pois infelizmente vivemos em um mundo no qual ser forte é um atributo assaz fundamental.

Barthes frisa que a palavra é poder, instrumento inegável de força. Em nossa cultura, a palavra escrita, discursada, televisionada, tem poder hipnótico, e com muito pouco, tenta imprimir verdades indiscutíveis. Se a organização da palavra enquanto discurso (seja através da retórica, da escrita, da transcrição) está ligada ao poder, no sentido em que a domesticação do discurso serve ao poder vigente, ao sistema, às instituições dominantes, o que seria então essa palavra selvagem, a abdicação do poder em um deslocamento das funções da voz neste processo de construção contínuo de discursos?

As artes não discursivas, como a dança ou a música (principalmente instrumental), consideradas mais ‘frágeis’ em seu conteúdo, menos politizadas, menos dominadas por discursos, quando se fundem a uma dramaturgia teatral e preservam suas formas iniciais, tendem, a desestabilizar os discursos. Bem no meio de uma fala, o ator começa a dançar, e muitas vezes o espectador, ao invés de tentar olhar com os olhos do corpo, tenta continuar a olhar com os olhos da razão e fala: mas ali tudo perdeu o sentido, não entendi.  E não entender, em nossa cultura, é sempre um sinal de falta, de falha, de perda. Não ser entendido é muitas vezes considerado o suplício maior a que um ser humano pode passar, muito mais do que não ser amado. Incoerências?

Muito mais do que resposta, as questões de Barthes me provocam perguntas: em seu livro A aula, o autor escreve que “esse objeto em que se inscreve o poder, desde toda eternidade humana, é: a linguagem – ou para ser mais preciso, sua expressão obrigatória: a língua.” (BARTHES, p.12).  Pergunto-me se a conexão do teatro com o texto teria provocado essa sensação de poder, de um discurso digamos “autorizado” pela língua. Qual a autoridade de um texto? Quando se desloca o teatro do centro do texto, quando se retira o discurso que avaliza o poder à cena, se provoca uma fragilidade proposital no ‘discurso’ teatral? O que representa o poder quando some o discurso?
Quando a palavra ganha a voz e perde o discurso, perdendo aparentemente a coerência para ganhar o canto, no que ela se transforma que não em voz humana? Onde ainda a palavra falada, não organizada em discursos ou escrita ainda é poder: no amor, na língua entre os amantes? Na família? Na terapia? Na aula ? Em que lugares de nossas vidas ainda temos a voz como princípio anterior à palavra, ao discurso, voz enquanto ponto de contato entre pessoas?

O que seria então, no teatro ou na vida, o cultivo da fragilidade? O que é contrário ao poder: a invisibilidade, a inconsistência, o anonimato? Quando escolho a ausência do poder do discurso da língua, o que isso provoca no outro que me assiste? Desconfiança? Quando algo me parece muito livre, isso me provoca medo? Qual a minha real capacidade de abdicar do poder da palavra?

Em minhas reflexões sobre o processo de elaboração de A Menina Boba, penso na palavra desproteger-se.  A conquista de uma linguagem sonora, que transita entre a palavra, o canto, a música, o ruído e o texto pode fazer parte de uma busca minha por desproteger-me: aposto em uma linguagem própria, que está pautada na fragilidade de um experimento, escolho não procurar abrigo nas linguagens instituídas (da música 'séria', do texto que organiza a língua linearmente), escolho estar em um terreno instável que vai revelar seu próprio poder talvez se pesquisado com afinco.

Barthes fala do poder associado à linguagem, principalmente às linguagens instituídas, e me pergunto se a busca por um conhecimento auditivo não seja o desejo de recriar linguagem, mesmo que esta outra modalidade seja frágil, individual, irrepetível e escorregadia na tentativa de sua estruturação completa.

Penso que muitas buscas por dramaturgias teatrais pautadas na escrita do corpo, da voz, buscas empreendidas por mulheres ou homens que se interessam por aquilo que é certas vezes incompreensível,  pode criar complexidades sem se preocupar em reproduzir cânones ou falhar em uma acepção unilateral de acerto ou erro. Isso, vale frisar, não é nenhum mérito. Muitas vezes é considerado um demérito até: o quanto nos é permitida a fragilidade hoje?

Volto ao meu armário bagunçado. Meu espetáculo, nascendo aos olhos do público essa mesma semana, e eu me abrindo ao olhar do outro na cena, enquanto me fecho para essa escrita privada de voz, em meu quarto silencioso.  São os sutiãs brigando com as xícaras, as toalhas soterrando o piano que insiste em soar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

As Marias da Graça - Clown

O Vértice Brasil - T(i)erra Firme conta com a participação das Marias da Graça, que já estiveram presentes na primeira edição do evento em 2008. Neste ano elas apresentam o espetáculo Duas Palhaças e ministram a oficina Bota a Palhaça pra Fora.

O grupo foi fundado em 1991 por Karla Concá, Vera Ribeiro e outras seis atrizes, que procuram trabalhar com o riso para expressar o cotidiano feminino, interferindo assim, na visão tradicional deste universo artístico. A cia ministra oficinas da arte da palhaçaria para atores e atrizes profissionais, estudantes de artes cênicas e circenses e pessoas de diversas áreas. Desde 2006, possuem um formato de oficina de palhaça para mulheres com foco no feminino. A partir de 2009 o grupo criou em conjunto com outras atrizes/palhaças uma oficina para mulheres vítmas de violência doméstica. Esse projeto se transformou numa proposta de trabalho de 3 anos e foi um dos projetos selecionados para se tornar Ponto de Cultura. O repertório é composto por seis peças: Tem Areia no Maiô, primeiro espetáculo do grupo, há 18 anos em cartaz; Pra Frente Marias, um espetáculo de rua que trata de um dos maiores temas nacionais, o futebol; O Bicho Vai Pegar, uma autêntica farsa de picadeiro e primeira incursão do grupo no mundo dos tradicionais espetáculos de circo-teatro; Zabelinha, um espetáculo adaptado de um conto da tradição oral brasileira, Comédias do Coração, um rádio-teatro e Duas Palhaças.

A peça Duas Palhaças surgiu de uma esquete de 15 minutos que foi apresentada no Vértice 2008 e em vários e diferentes lugares com boa aceitação por parte do público. O trabalho foi contemplado com o FATE 2010 e se transformou em um espetáculo. 

Sobre o espetáculo:
Duas palhaças com personalidades bem distintas, conversando sobre as questões existenciais da vida. A amizade... Em um momento uma manda e a outra obedece em outro momento a que manda, amolece... Duas palhaças e o sentimento... O choro, o toque, a distância e a aproximação. Procuram entender o que os cabelos loiros de um Príncipe, têm a ver com os trigos de ouro... E elas entendem.

Sobre a oficina:
A oficina "Bota a Palhaça pra Fora" tem por objetivo tornar conscientes as características individuais que promovem o riso através de exercícios específicos. A idéia é que cada uma tenha seu “banco de dados engraçados” (mecanismos espontâneos, autênticos nas ações consigo mesmo, com o outro e com o público) devidamente pesquisados e registrados. A arte da palhaça traz consigo a possibilidade das mulheres vivenciarem suas limitações, erros e impossibilidades como meio desejável e favorável ao riso.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Andrea Lamana - Dança Contemporânea

Andrea Lamana é bailarina, criadora e professora. É fundadora e diretora da Jexe!, Centro Educativo para o Desenvolvimento das Artes Cênicas. Faz parte da equipe de docentes da carreira de Formação do Ator no Instituto de Atuação de Montevidéu. Trabalhou em diversas áreas artísticas como teatro, vídeo-arte e dança, em colaboração com artistas como Gimena Fajardo, Ana Oliver, Sofía Etcheverry, Miguel Grompone, Martín Inthamousu y Gabriel Calderón. Tem se dedicado ao estudo da dança contemporânea no Uruguai e no estrangeiro com mestres reconhecidos internacionalmente: Adriana Belbussi, Graciela Figueroa, Nienke Reedhorst, Alexis Eupierre,  Martin Keogh, David Zambrano y Denis Plassard. Complementa sua formação com prática de artes marciais, o Aikido, um caminho que tem sido um importante estímulo para suas criações.

Espetáculo
Andrea apresentará Mp4, projeto de investigação coreográfica e de improvisação espontânea. O valor da dinâmica deste trabalho não está na expectativa do que se vai ver, receber e consumir como objeto acabado, mas na riqueza da produção coletiva improvisada no momento da apresentação, nutrindo-se da simplicidade do encontro. A ausência de “suposições” garante o caráter absoluto de reflexão.
Situada no presente e construindo presente, esta obra de quatro atos breves, convida o espectador a participar ativamente da criação e encenação, buscando no momento da realização que o espectador enquanto colaborador se reconheça fabricante responsável da realidade.

Oficina
“Habitar e acontecer o movimento” está centrada em abordar e habilitar ferramentas para execução e criação, utilizando seqüências de movimentos que envolvam o corpo em relação a respiração, a diferenciação do tônus muscular, a identificação articular e a economia de movimento.
A oficina enfatizará a consciência em conexão com o corpo: sua relação com o solo, com o espaço, com o peso e com a gravidade. Para contribuir com a exploração e construção do movimento como linguagem própria, o trabalho na oficina estará embasado em exercícios de Aikido que estudam os conceitos de direção, projeção e centro.

Para maiores informações sobre o Vértice Brasi 2012, a programação e inscrição, acesse o site www.verticebrasil.net

quinta-feira, 22 de março de 2012

Vicky Cortés - dança e teatro

Vicky Cortés tem uma extensa experiência como intérprete tanto na Costa Rica como em outros países como Suíça e Alemanha. Na Costa Rica trabalhou com os coreógrafos mais representativos e formou vários grupos independentes. Na Alemanha trabalhou sob a direção de Pina Bausch (STF e Tanztheater Wuppertal) e Linke Susanna (Tanztheater Bremen) como bailarina convidada.

Desde 1998 trabalha como coreógrafa, diretora e dançarina de forma independente onde a coordenação dos trabalhos se dá de forma aberta com a adição de intérpretes ou pessoas de diferentes disciplinas artísticas, de acordo com as necessidades e as condições nas quais trabalha um autônomo; ou como convidada em projetos específicos.

A artista estará apresentando o espetáculo de dança-teatro “O Jardim Inclinado”, que se baseia no mito grego de Orfeu e Eurídice. Esta peça foi realizada no Porto de Veracruz, México. Orfeu, o grande poeta e músico se casa com Eurídice, a ninfa. Eurídice é picada por uma serpente e morre. Orfeu desce ao inferno para resgatar Eurídice e trazê-la de volta a vida com a condição imposta por Hades, de não vê-la até chegar a luz da Terra (se ele a ver ela morrerá para sempre). Mas Orfeu não resiste e olha para Eurídice.

Além do espetáculo, Vicky dará a oficina “Fronteiras Corporais: Dança para atores ou atuação para bailarinos?”, cuja proposta é abordar a linguagem do corpo e sua presença. Será desenvolvido um sistema de aquecimento que inclui mobilidade articular, relações de umas partes do corpo com outras, diversos pontos de partida, trabalho de pesquisa no relaxamento-tensão para reconhecer a economia de esforço na organicidade própria.

Serão trabalhados principios da técnica de contato para aprofundar a percepção e a confiança, ampliar a comunicação sensitiva e trabalhar com a sensação do corpo de maneira organizada. Improvisações serão feitas a partir da motivação, das relações, do espaço próprio e geral. Todas estas especulações colaboram para descobrir e ampliar qualidades na própia expressão.

No site do Vértice você encontra as informações sobre Vértice Brasil e também sobre a programação e inscrição!

terça-feira, 20 de março de 2012

Violeta Luna - Performance

Este ano contamos novamente com a participação de Violeta Luna: atriz, performer e ativista que trabalha dentro de um espaço multidimensional, no cruzamento das fronteiras estéticas e conceituais, usando seu corpo como um território de questionamento acerca dos fenômenos sociais e políticos. Violeta reside em São Francisco e é artista associada dos coletivos de performance "La Pocha Nostra" e "Secos y Mojados".

No último Vértice Brasil a artista apresentou "Apuntes Sobre la Frontera", performance que aborda a condição do imigrante que deixa seu país para ir buscar melhores condições de vida. Tema especialmente forte para os mexicanos, que fazem fronteira com os EUA e lidam diariamente com a tensão e violência frutos desse “cruzamento de fronteiras”.


Foto de Pia Siliceo
Foto de Pia Siliceo

Em 2012 Violeta Luna apresenta a performance "NK603" uma reflexão sobre o desenvolvimento do milho geneticamente modificado e suas conseqüências devastadoras para a vida. O milho é uma das principais fontes dos alimentos tradicionais dos  habitantes do sudoeste americano até a Patagônia e desempenha papel simbólico nos rituais de povos dessas regiões. A performance é pontuada por intervenção ativa de vídeo e música eletrônica. As ações da performer entram diretamente em conflito com imagens violentas e subversivas, como uma espécie de ritual de memória e resistência à invasão constante da tecnologia e das forças do mercado que ameaçam o modo de vida de comunidades inteiras.

Violeta também estará dividindo seu processo de criação artístico através de uma oficina de 12 horas de duração, no qual trabalhará com os participantes o entendimento do corpo como território de criação cujas ações desenvolvem-se a partir de complexidades pessoais de memória, identidade e sentido individual e social de raça, gênero e sexualidade. Alguns dos temas que serão abordados são: O Corpo (exercícios experienciais, presença e energia interna); O Espaço (relação com o ambiente, intervenção de espaços públicos e privados); El Tiempo (real, fictício e ritual); A Ação (criação in situ, reação, estímulos reais e fictícios, interação com o público); Práticas de Ação utilizando objetos comuns.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Car@s Amig@s! Dear Friends!


As inscrições para o Vértice Brasil 2012 - T(i)erra Firme estão abertas de 05 a 31 de março de 2012!

The application for Vértice Brasil 2012 - T(i)erra Firme is open from March 5th to 31st/2012!


O Vértice Brasil é um encontro e festival de teatro feito por mulheres ligado à rede internacional The Magdalena Project.
Vértice Brasil is a women theatre meeting and festival connected to the international network The Magdalena Project.

Para maiores informações e inscrições, entre em nosso site www.verticebrasil.net
For further information and application, visit our website www.verticebrasil.net

Por favor nos ajude a divulgar esta notícia!

Please help us spread these news!

domingo, 22 de janeiro de 2012





Olá Meninas e Meninos!

Hello everyone!

 

Convidamos todos para participar, em 2012, da 3ª edição do Vértice Brasil, que
acontecerá entre os dias 08 e 15 de julho, em Florianópolis/SC.

We would like to invite you to join the 3rd edition of Vértice Brasil, which will take
place from July 8th to 15th 2012 in Florianópolis / SC, Brasil.

Neste ano, o vértice é a América, e T(i)erra Firme representa nosso empenho em
construir e consolidar o Vértice Brasil, e em querer oferecer em 2012 uma terra firme
para que pessoas de diversos lugares do continente americano possam encontrar a
solidez necessária para depositar seu trabalho, suas dificuldades, suas lutas, suas
conquistas, suas dúvidas.

This year, the vertex is America, and T(i)erra Firme represents our commitment to build and consolidate Vértice Brasil, and the desire to offer in 2012 a place where people from different parts of the Americas can find the confidence necessary to deposit their work, their difficulties, their struggles, their achievements, their doubts.

Estamos fechando uma programação que abraça mulheres artistas de diferentes partes
da América, buscando novas relações, mas também reafirmando laços e aprofundando
parcerias.

We are preparing a programme that embraces women artists from different parts of
America, seeking new relationships but also reaffirming and deepening partnerships.

Em breve divulgaremos mais informações sobre a programação!

Soon we will be sending more info about the programme.

Um grande abraço,

Best Regards

Equipe Vértice Brasil